Mês: janeiro 2020

Parlamento do Reino Unido aprova lei que permite ratificação do acordo do Brexit

O Parlamento britânico aprovou nesta quarta-feira (22) a lei que permite a ratificação do acordo de retirada do Reino Unido da União Europeia — mais um passo que abre caminho para que o Brexit, enfim, ocorra em 31 de janeiro.

Ainda falta a rainha assinar a lei e o Parlamento Europeu aprovar o acordo. Os trâmites devem ser completados, segundo a BBC, na próxima semana, pouco antes da data do Brexit.

A vitória do Partido Conservador nas últimas eleições gerais pavimentou o caminho para que o primeiro-ministro Boris Johnson conseguisse aprovar, na Câmara dos Comuns, a lei para ratificar acordo que ele desenhou com o bloco europeu.

A aprovação desta quarta-feira veio quando a Câmara dos Lordes decidiu não interpor novas emendas ao texto da lei. Antes, a “câmara alta” havia tentado fazer alterações, mas todas foram derrubadas pela Câmara dos Comuns pela manhã. Com isso, o trâmite, enfim, deixou o Parlamento.

Disputa pelo Brexit

A decisão do Reino Unido em deixar a União Europeia foi tomada em um plebiscito em 24 de junho de 2016. O resultado da votação provocou a queda do então primeiro-ministro David Cameron. Em seu lugar assumiu Theresa May, encarregada de negociar o Brexit ( uma junção das palavras em inglês “British” e “exit” que significa “saída britânica”).

May, entretanto, demorou quase dois anos para apresentar um projeto que — mesmo aprovado pela União Europeia — não foi bem recebido pelo Parlamento britânico.

Em sua primeira tentativa de aprovar o texto, em janeiro de 2019, May recebeu 432 votos contra e 202 a favor, a maior derrota do governo na história moderna (o recorde anterior era de 1924, com diferença de 166 votos). Em 12 de março, ele foi reapresentado e novamente rejeitado, com 391 votos contra e 242 votos a favor.

A última tentativa da ex-primeira-ministra, em 29 de março, teve 344 parlamentares votando contra e 286 a favor do acordo. O desgaste de três rejeições acabou provocando a renúncia de Theresa May, anunciada em maio e efetivada em junho, e a posse de Boris Johnson como seu substituto.

Outro revés provocado pelas rejeições no Parlamento britânico foram os adiamentos: a data para a saída da União Europeia foi alterada três vezes no último ano. Inicialmente, o Brexit deveria ter começado em 29 de março de 2019, mas foi adiado para 22 de maio — ou 12 de abril dependendo do sucesso do acordo de May entre os parlamentares.

Com as rejeições, a ex-premiê conseguiu uma nova extensão, desta vez até 31 de outubro. Johnson até afirmou que cumpriria esse prazo, com ou sem acordo, mas foi impedido por uma lei aprovada no Parlamento, e se viu forçado a requisitar mais um adiamento. Assim, chegou-se à data de 31 de janeiro de 2020.

O quadro mudou após as eleições de dezembro, quando o Partido Conservador — o mesmo de Johnson — conquistou uma esmagadora vitória. Com ampla maioria no Parlamento, se tornou muito mais fácil para o primeiro-ministro obter a aprovação para o projeto.

Fonte: G1

Senadores dos EUA começam a ouvir as acusações contra Trump no processo de impeachment

As regras que vão orientar o julgamento do impeachment de Donald Trump no Senado foram determinadas na sessão de terça-feira (22) – que durou 13 horas – e, nesta quarta (23) os senadores começaram a ouvir as acusações formais contra o presidente.

O processo tem uma acusação feita por promotores da acusação – deputados do partido Democrata –, e uma defesa, composta por uma equipe apontada pela Casa Branca.

Cada lado terá direito a uma exposição oral de 24 horas, dividida em três dias, para tentar convencer os senadores.

Os primeiros estão sendo os deputados do Partido Democrata, que iniciaram sua sustentação oral nesta quarta, com o deputado Adam Schiff, presidente do Comitê de Inteligência, falando por duas horas e meia.

“O presidente mostrou que acha estar acima da lei”, disse Schiff, que liderou a investigação contra Trump na Câmara.

Após Schiff, os outros seis integrantes do grupo de promotores também discursaram e apresentaram seus argumentos a favor do afastamento de Trump da presidência (veja seus nomes abaixo).

Depois dessa etapa, a defesa fará sua argumentação nos próximos dias.

Nesse período, portanto, os senadores deverão apenas ouvir. Após as exposições, eles terão 16 horas para fazer perguntas por escrito e haverá uma nova votação para definir se testemunhas e provas poderão ser incluídas.

  • Acusação e defesa terão 24 horas cada — divididas ao longo de três dias — para apresentar os argumentos iniciais
  • Em seguida, os senadores — que atuam na prática como jurados do julgamento de impeachment — terão 16 horas para fazer perguntas por escrito
  • Haverá uma nova votação para definir se o Senado ouvirá ou não as testemunhas que não depuseram durante a fase de investigação na Câmara

Testemunhas e argumentos finais

Se testemunhas forem permitidas, elas poderão ser questionadas pelas duas partes. Depois de escutar esses depoimentos e avaliar mais provas, haverá um argumento final por parte dos promotores e da defesa.

Na terça-feira, todas as tentativas dos democratas de convocar testemunhas importantes ou obter documentos foram bloqueadas pela maioria republicana, que derrubaram 11 propostas de emendas, em uma sessão com 13 horas de duração.

Depois disso, o Senado vai optar por um debate sobre os artigos de impeachment, que pode ser a portas fechadas ou não.

Há 21 anos, quando Bill Clinton, então presidente dos EUA, enfrentou um processo de impeachment, cada senador falou por 15 minutos.

Por fim, haverá a votação. Para que Trump seja destituído, é preciso que uma maioria de dois terços vote para isso.

Acusações do processo de impeachment

As acusações contra Trump aprovadas pela Câmara são as seguintes:

  • Abuso de poder ao pedir investigação ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, contra a família de Joe Biden. Deputados consideraram a ação uma “interferência de um governo estrangeiro” em favor da reeleição de Trump em 2020;
  • Obstrução ao Congresso por impedir diversas pessoas ligadas à sua administração de prestar depoimento (inclusive algumas que tinham sido intimadas) e por se recusar a entregar documentos aos investigadores durante o inquérito.

Um grupo de sete deputados — todos do Partido Democrata — atuará como uma promotoria do caso. Os nomes foram definidos no mesmo dia em que a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, autorizou o envio do processo ao Senado:

  • Deputado Adam Schiff, presidente do Comitê de Inteligência
  • Deputado Jerry Nadler, presidente do Comitê Judiciário
  • Deputado Hakeem Jeffries
  • Deputado Jason Crow
  • Deputada Val Demings
  • Deputada Zoe Lofgren
  • Deputada Sylvia Garcia

Defesa

A equipe de defesa de Donald Trump chama as acusações contra o republicano de “afronta à Constituição”.

O texto entregue na segunda-feira ao Senado considera o procedimento “falho” e diz que o objetivo dos democratas “nunca foi buscar a verdade”. O documento pede que os senadores rejeitem o impeachment e aponta os quatro pontos abaixo como destaque:

  1. As acusações falham, do ponto de vista jurídico, ao apontar as irregularidades passíveis de impeachment.
  2. As acusações são resultado de um inquérito de impeachment que violou todo precedente e negou ao presidente o devido processo requerido pela Constituição.
  3. A primeira acusação (de abuso de poder) é falho porque as provas refutam as alegações dos democratas.
  4. Os artigos são estruturalmente deficientes e podem apenas resultar em absolvição.

 

 

Fonte: G1

Brasil deve ter conversas com Arábia Saudita sobre adesão à Opep em julho

O Brasil começará a discutir sua adesão à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), em julho, disse o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, na quarta-feira (22) durante viagem à Índia. Essas conversas devem ocorrer em meio a uma visita programada de autoridades brasileiras ao reino no Oriente Médio.

Em comunicado, o ministério informou que Albuquerque manterá conversas com autoridades da Arábia Saudita, maior produtor da Opep, sobre uma possível cooperação com o grupo quando ele visitar Riad, na Árabia Saúdita, em reunião de energia do G20, em meados do ano.

“O ministro indicou que tem intenção de atender a reunião de ministros de energia do G20 e que conversaria com autoridades sauditas sobre a pauta energética bilateral e poderia, inclusive, tratar sobre eventual cooperação entre o Brasil e a Opep”, afirmou o comunicado.

Não foi informado se essas negociações poderiam levar o Brasil a se tornar membro da Opep, ou do grupo Opep+, que inclui outros exportadores como a Rússia, que se aliaram ao cartel de produtores para aumentar os preços limitando a produção.

O comunicado foi divulgado após Albuquerque depois de reunião com o ministro do Petróleo da Índia, Dharmendra Pradhan, na quarta-feira. Questionado se o Brasil ingressaria à Opep, o ministro disse que isso poderia ser discutido durante sua visita a Riad, em julho. E ao ser perguntado se o Brasil poderia participar de qualquer pacto de produção, ele disse que era “uma questão de negociações”.

O presidente Jair Bolsonaro insinuou a ideia de uma adesão à Opep em outubro. A proposta, porém, não foi bem recebida pelo setor de petróleo, uma vez que produtores temem que nesse caso o Brasil – que se tornou exportador líquido no ano passado – tenha que aderir a cortes de produção acertados entre a Opep e outros produtores.

Expectativas para a produção do Brasil

O ministro, que chegou a Nova Délhi antes da visita oficial do presidente Jair Bolsonaro, marcada para o final desta semana, disse que as exportações de petróleo do Brasil devem avançar para 1,4 milhão de barris por dia em 2020, ante 1,1 milhão de barris em 2019, enquanto a produção tende a crescer 13%, para 3,5 milhões.

Durante a visita de Bolsonaro, a Índia espera assinar acordos com o Brasil, incluindo um memorando de entendimento para cooperação no setor de petróleo e gás natural, afirmou o país asiático em comunicado nesta quarta-feira.

Segundo o ministro indiano de Petróleo, empresas do país expressaram interesse em obter mais petróleo do Brasil, desde que termos comerciais favoráveis sejam oferecidos.

Em 2019, as exportações de petróleo do Brasil para a Índia recuaram 23%, para cerca de 47 mil barris, de acordo com dados de agências marítimas obtidos por fontes da indústria.

Fonte: G1

Mais executivas brasileiras escolhem trabalhar nos EUA

A busca por novos desafios na carreira, a possibilidade de integrar uma equipe com colegas de várias partes do mundo, a vontade de aprender novas formas de trabalho e, em alguns casos, de oferecer outras perspectivas de vida aos filhos. Essa razões levaram cinco executivas brasileiras entrevistadas pelo Valor a deixar o Brasil para trabalhar nos Estados Unidos entre o começo de 2019 e o início de 2020.

Elas têm entre 32 e 46 anos e, quando tomaram a decisão, já ocupavam cargos de liderança. Conquistaram a mudança internamente, sendo transferidas para a operação americana das companhias onde trabalhavam. A convergência de suas carreiras não é fortuita. De 2018 para 2019, a consultoria de imigração Hayman-Woodward contabilizou em sua base de clientes um aumento de 80% no número de executivas brasileiras em processo de obtenção de visto de trabalho ou do green card (autorização para residência nos EUA).

Mulheres buscam novos desafios de carreira, trabalhar com equipe global e oferecer cultura diferente aos filhos

Lizi Masuko, líder de aquisição de talentos para América Latina da Merck Brasil, subsidiária do grupo farmacêutico alemão, foi uma delas. Com formação em administração e especialização em RH, a executiva que trabalhou na Nestlé, em consultorias e na Natura, chefiava a área na América Latina da Merck há dois anos quando comunicou à liderança sua vontade de trabalhar em uma operação no exterior.

“Eu já tinha crescido bastante e, naquele momento, sentia que estava caindo em uma zona de conforto”, diz a executiva de 36 anos. Era 2017 e Lizi teve esse desejo incluído em seu plano anual de desenvolvimento na companhia, mas a mudança não poderia ocorrer “do dia para a noite”, explica como executiva de RH. Porque é um movimento no qual a empresa toma risco e precisa gastar dinheiro. “Parte depende de você e parte depende da liderança que quer te apoiar”, afirma.

O que acaba pesando nessas horas é se a empresa quer bancar o investimento em nome do desenvolvimento do funcionário ou como política de retenção. No caso de Lizi bancaram e ela foi morar em Boston em setembro de 2019, onde está sediado o escritório de life science da Merck. É de lá que hoje a executiva chefia sua equipe de aquisição de talentos, mantendo o mesmo escopo de atividades, mas ganhando experiência cultural e uma nova rede de contatos.

Por objetivos similares, a executiva Daiana Endruweit mudou-se para Nova York em maio de 2019 para assumir a gerência de comunicação externa da Bunge. “A vaga tem escopo global e exige coordenar times em diversos locais e regiões do mundo.” Apesar de sua experiência como expatriada no início da carreira, Daiana diz que se sentiu preparada para se candidatar à vaga após trabalhar por mais de um ano no projeto de abertura de capital de uma das operações da Bunge no Brasil.

“O IPO não saiu por razões macroeconômicas, mas para mim foi uma oportunidade enorme de negócios e liderança. O projeto deu visibilidade ao meu trabalho dentro de toda a organização.” Só visibilidade, no entanto, talvez não bastasse. Aos 33 anos, Daiana contou com o apoio do gestor direto que, segundo ela, entendeu que aquele movimento significaria um passo importante. “A conquista do cargo mudou de forma imediata as minhas perspectivas de vida e de carreira.”

Mudou também a de seu marido, que chegou aos Estados Unidos seis meses depois dela, aproveitando o visto e, recentemente, foi contratado por uma empresa de tecnologia local. Essa situação foi notada na análise feita pela Hayman-Woodward. “Até poucos anos atrás, os empresários e executivos eram os solicitantes principais do visto e as mulheres iam como esposas. Agora, elas estão indo como executivas e empresárias”, afirma Leonardo Freitas, CEO da consultoria. Ele cita que, em 2015, as mulheres – executivas e empreendedoras – representavam 14% das solicitações de visto entre seus clientes. Atualmente, esse número alcança 40%.

Daniella Giavina-Bianchi, diretora executiva da consultoria Interbrand, foi a responsável pelo visto de entrada da família – marido e filhos – em Nova York no início de 2019. Ela pediu para ser transferida depois de trabalhar, por seis anos, como copresidente da Interbrand no Brasil. “Achava que já tinha chegado ao teto do meu desenvolvimento, mas não queria deixar a empresa.” Daniella, 46, pensava também que uma mudança de ares poderia trazer novas perspectivas, conhecimentos e culturas para seus filhos. “Queria mostrar uma cidade onde eles pudessem se mover de forma mais livre e independente, fora da bolha que viviam em São Paulo.”

Essa preocupação também pesou para Julia Gutnik, executiva brasileira da Amazon que, aos 36 anos, irá se mudar “de mala e cuia” para Los Angeles, sem previsão de retorno. Lá, irá trabalhar em projetos envolvendo a área de vídeos da Amazon Prime. Até se candidatar, seguindo um convite que partiu do time global, ela diz que estava feliz com sua função no Brasil na área de marketing, com a vida organizada e boas perspectivas de crescimento. “Independentemente do desafio profissional, eu percebi que seria sobretudo uma decisão pessoal: onde quero criar meus filhos e qual tipo de vida gostaria de ter.”

Ela gostaria de viver, diz, com mais segurança, em um ambiente menos desigual e preconceituoso. “Minha família não é das mais tradicionais e queríamos um ambiente menos homogêneo no nosso entorno”, afirma. Sua esposa, diz, topou acompanhá-la e buscar um emprego em Los Angeles, também na área de marketing. É ela quem ficará com os filhos enquanto Julia se instala na cidade e busca a nova casa da família.

No âmbito profissional, todas as executivas entrevistadas afirmaram que a adaptação também inclui aprender o jeito americano de trabalho – mais prático, menos pessoal e muito mais rápido. Daniella, da Interbrand, disse que precisou se acostumar a fazer reuniões de 10 ou 15 minutos e aprender a trabalhar sem o “horário de almoço”. Já Gabriela Lancellotti, 32, executiva brasileira que trabalha há dois meses na operação americana do Spotify, diz que tem aprendido a enxergar e a construir as relações de um modo diferente.

“O brasileiro desenvolve relações pessoais para fazer o trabalho acontecer, enquanto nos Estados Unidos você só é amigo do colega de trabalho se estudou com ele ou se trabalham há muitos anos juntos.” A executiva diz que a sua mudança, para chefiar a área de marketing de produto do segmento de audiências da companhia sueca, significou algo próximo de “zerar a carreira”. “Assumi uma frente totalmente nova, em outro país. É muito difícil, nesse caso, você conseguir transferir o seu networking e sua expertise local. O que você leva é o seu jeito de trabalho e a forma como desenvolve projetos e cria suas redes de contatos”, diz.

As executivas brasileiras devem levar também confiança, defende Julia, da Amazon. “Eu trabalho com gente do mundo inteiro e vejo que as brasileiras estão no mesmo nível de qualquer lugar”, diz. “O problema é que há poucas, porque a desigualdade no Brasil é enorme. Parece que ou você está em um extremo do mercado, com muitas condições de disputa, ou está em outro, muito atrás.”

Fonte: Valor Econômico

Dólar fecha em alta e vai a R$ 4,18 nesta quarta

O dólar fechou em alta nesta quarta-feira (15), diante de renovados sinais de fraqueza na economia que podem prejudicar expectativas de fluxo cambial ao país.

A moeda norte-americana subiu 1,32%, a R$ 4,1843. Na cotação mais alta do dia, chegou a R$ 4,1848.

Na parcial do mês, o dólar tem valorização de 4,35% sobre o real.

Variação do dólar em 2020

No ambiente doméstico, o mercado monitorou a divulgação dos dados da Pesquisa Mensal de Comércial (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostrou que as vendas do setor aumentaram 0,6% em novembro, mês da Black Friday, na comparação com outubro. Esta foi a 7ª alta mensal das vendas do comércio.

Os dados vieram abaixo do esperado e corroboram ainda mais apostas de cortes de juros. Uma taxa Selic mais baixa reduz a atratividade do real como ativo de investimento, colocando a divisa doméstica em desvantagem em relação a “rivais” como peso mexicano.

No cenário internacional, investidores acompanharam a assinatura de um acordo inicial de comércio entre Estados Unidos e China, aliviando as tensões entre os dois países desde o início de 2018

O ponto central do acordo é uma promessa da China de comprar mais US$ 200 bilhões em produtos dos EUA ao longo de dois anos para reduzir o déficit comercial bilateral dos EUA que chegou a US$ 420 bilhões de dólares em 2018.

Fonte: G1

EUA querem que Brasil integre OCDE, diz embaixada

A embaixada dos Estados Unidos em Brasília divulgou uma nota nesta terça-feira (14) na qual afirmou que o país apoia a entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Integrantes do Ministério da Economia e do Ministério das Relações Exteriores informaram já ter sido avisados sobre a decisão.

A informação sobre o apoio foi divulgada pelo site do jornal “Folha de S.Paulo” e confirmada pela GloboNews.

“Os Estados Unidos querem que o Brasil seja o próximo país a iniciar o processo de acessão à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)”, afirmou a embaixada.

“Nossa decisão de priorizar a candidatura do Brasil, agora, como próximo país a iniciar o processo é uma evolução natural do nosso compromisso, como reafirmado pelo secretário de Estado [Mike Pompeo] e pelo presidente Trump em outubro de 2019”, acrescentou.

Após o anúncio, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou em uma rede social que a decisão mostra a construção de uma “parceria sólida” na relação Brasil-Estados Unidos, “capaz de gerar resultados de curto, médio e longo” prazos.

Segundo assessores do ministro Paulo Guedes, com a decisão dos EUA, o Brasil passará a ser a prioridade do governo norte-americano para aderir à OCDE.

Em outubro, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, enviou uma carta à OCDE manifestando apoio à entrada da Argentina e da Romênia na organização.

Agora, segundo assessores do presidente Jair Bolsonaro, o país vizinho perdeu prioridade em razão da mudança do governo – Alberto Fernández assumiu no lugar de Mauricio Macri.

Entenda o caso

Em março de 2019, Bolsonaro fez um acordo com os EUA segundo o qual o Brasil abriria mão do tratamento diferenciado na Organização Mundial do Comércio (OMC) – órgão paralelo à OCDE. Em troca, o governo Trump prometeu apoiar a entrada do Brasil na OCDE.

Na prática, essa troca indica que o Brasil deixa de se autodeclarar uma economia emergente, e passa a negociar em pé de igualdade com as nações ricas em temas comerciais.

Em outubro, no entanto, uma carta do secretário de Estado norte-americano Mike Pompeo sobre as candidaturas de Romênia e Argentina causou polêmica.

Após a repercussão, Donald Trump afirmou em uma rede social reiterar o apoio dos EUA ao ingresso do Brasil na OCDE.

“A declaração conjunta divulgada com o presidente Bolsonaro em março deixa muito claro que eu apoio que o Brasil inicie o processo para se tornar membro pleno da OCDE. Os EUA apoiam essa declaração e apoiam Jair Bolsonaro”, escreveu Trump.

Até esta terça, no entanto, ainda não havia nenhum documento na OCDE informando esse apoio. O processo de entrada na organização pode levar anos e depende do cumprimento de centenas de pré-requisitos pelo país candidato.

Íntegra

Leia a íntegra da nota da embaixada:

Os Estados Unidos querem que o Brasil seja o próximo país a iniciar o processo de acessão à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O governo brasileiro está trabalhando para alinhar suas políticas econômicas ao padrão da OCDE, enquanto prioriza a acessão à OCDE para reforçar as reformas econômicas.

A Declaração Conjunta do presidente Trump e do presidente Bolsonaro, em março de 2019, claramente afirma o apoio dos Estados Unidos ao início do processo de acessão do Brasil como membro pleno da OCDE, e comemora os esforços contínuos do Brasil em relação às reformas econômicas, às melhores práticas e a um marco regulatório em linha com os padrões da OCDE.

Nossa decisão de priorizar a candidatura do Brasil, agora, como próximo país a iniciar o processo é uma evolução natural do nosso compromisso, como reafirmado pelo secretário de Estado [Mike Pompeo] e pelo presidente Trump em outubro de 2019.

Fonte: G1

Vista aérea de Doha, capital do Catar — Foto: REUTERS/Fadi Al-Assaad/File Photo

Brasil e Catar acabam com exigência de visto

Turistas brasileiros não vão precisar mais de visto para visitar o Catar e vice-versa. O acordo entre os dois países foi publicado no Diário Oficial da União desta terça-feira (14).

Os cidadãos dos dois países que tiverem um passaporte comum válido por um período mínimo de 6 meses podem entrar e permanecer sem visto no território alheio, para fins de turismo, trânsito ou negócios.

Com o acordo, os dois países permitirão que seus habitantes permaneçam em território sem visto de entrada por um período máximo de 90 dias por 12 meses, após a data da primeira entrada no respectivo território.

“A isenção de visto se aplica independentemente do modo de transporte usado para atravessar as fronteiras”, informa o anúncio do governo brasileiro.

O acordo foi assinado durante a visita do presidente Jair Bolsonaro ao Qatar, em outubro de 2019, durante cerimônia no Palácio Real, em Doha.

O Catar sedia a Copa do Mundo da Fifa entre novembro e dezembro de 2022. O Brasil ainda precisará jogar as Eliminatórias para se classificar — o torneio classificatório da América do Sul começa em março deste ano.

Fonte: G1