A disputa entre Estados Unidos e União Europeia pelo mercado brasileiro se concentra em negócios de aproximadamente US$ 59 bilhões ao ano, aponta estudo inédito realizado pela Câmara Americana de Comércio no Brasil (Amcham Brasil).
Ao excluirmos as importações de ambas origens com baixo valor de comércio (abaixo de US$ 10 milhões), Estados Unidos e União Europeia concorrem no Brasil em US$ 50,9 bilhões (906 produtos/NCMs).
“Existe um espaço de concorrência direta expressivo entre europeus e americanos no mercado brasileiro, sobretudo em bens industrializados de médio e alto valor agregado”, explica Abrão Árabe Neto, vice-presidente executivo da Amcham Brasil e responsável pela condução do estudo.
O estudo conclui que o acordo de livre comércio Mercosul-UE irá conferir maior vantagem competitiva às exportações europeias em relação as americanas, a partir de sua entrada em vigor.
“O acordo de comércio entre o Mercosul e a União Europeia vai trazer uma competitividade extra aos europeus. O estudo mostra como seria conveniente e estratégico para o Brasil e os Estados Unidos avançarem nas tratativas de um acordo”, afirma Deborah Vieitas, CEO da Amcham Brasil.
Os setores com tarifas de importação mais elevadas no Brasil, segundo o estudo Amcham, tendem a registrar maior potencial de vantagem relativa à UE, com destaque para máquinas e equipamentos, químicos, autopeças, farmacêuticos, plásticos, equipamentos médicos, cosméticos, entre outros.
O universo total de concorrência está atualmente dividido em 55% para a União Europeia (US$ 32,5 bilhões) e 45% para os Estados Unidos (US$ 26,4 bilhões).
Além dos efeitos da redução tarifária, o acordo diminuirá as barreiras não-tarifárias e exigências burocráticas enfrentadas por produtos europeus no mercado brasileiro.
“Esses elementos devem contribuir para o crescimento das exportações da UE para o Brasil. É esperado, ainda, um aumento dos fluxos de investimentos em razão da maior integração comercial e das perspectivas positivas do acordo”, constata o estudo divulgado hoje pela Amcham.
As preferências tarifárias que passarão a ser desfrutadas pela UE também poderão ser adquiridas em breve por outras economias que negociam acordos de livres comércio com o Mercosul, como EFTA, Canadá, Coreia do Sul e Cingapura. O Brasil importou dessas origens um total de US$ 10,9 bilhões em 2018.
Fonte: Amcham Brasil